O monitoramento e a análise das citações de uma marca ou empresa nas mídias fornecem informações importantes para embasar suas estratégias de comunicação 

Quando uma empresa busca ou já possui visibilidade em alguma mídia, seja on-line ou offline, é comum que ela queira acompanhar as menções que sua marca eventualmente pode receber para entender como está sendo vista pelo público. Uma das ferramentas de comunicação geralmente utilizadas para isso é o clipping ou monitoramento de notícias. 

Neste post, você vai compreender o que é clipping, como é feito e qual seu objetivo e importância. Confira! 

O que é clipping? 

homem mexendo no computador A palavra ‘clipping’ significa ‘recorte’ em inglês. Refere-se a um contexto antigo de mídia impressa, em que as notícias de um jornal eram selecionadas, recortadas (clipped ou clipadas) e arquivadas em pastas físicas para organização. Em português, é possível ajustar o termo para ‘clipagem’.  

O clipping de notícias é um processo contínuo de monitoramento, organização e análise de citações de uma determinada marca ou empresa na mídia. Isso acontece a partir de relatórios quantitativos e qualitativos, que podem especificar a data, o veículo, a relevância, o tema da matéria e a audiência estimada. 

Atualmente, o processo é praticamente o mesmo, apenas adaptado para o mundo digital e com o uso de ferramentas que agilizam a seleção e a recuperação das informações. Em países anglófonos também é frequente o termo news monitoring ou media monitoring, que significa monitoramento de notícias ou de mídia, para se referir à mesma atividade.    

No contexto de uma agência de comunicação, um cliente, ao contratar o serviço de assessoria de imprensa, geralmente está buscando divulgação, presença na mídia e na opinião pública e a chancela de um veículo que dê autoridade para essa exposição. Nesse sentido, o clipping é o extrato do trabalho que essa agência realizou, do esforço que empreendeu e do resultado que obteve. Ou seja, os resultados relativos a quanto produziu de releases e ao sucesso de uma estratégia de relacionamento, por exemplo, vão constar do clipping, mostrando a eficácia ou não das publicações realizadas em determinado intervalo de tempo. 

Importância e benefícios do clipping 

Mesmo na era das redes sociais – e até mesmo por isso – o jornalismo é considerado o ‘quarto poder’. Isso quer dizer que a imprensa – por definição, imparcial e independente – tem importância e influência consideráveis na sociedade. Por isso, investir em mecanismos e ferramentas midiáticas é essencial para qualquer marca ou empresa. 

Veja também: Qual o papel da assessoria de imprensa no novo cenário digital? 

A interpretação dos dados retirados do clipping pode ser a base das estratégias de comunicação de uma empresa. Eles identificam assuntos sensíveis e mapeiam os veículos que costumam publicar sobre os temas com os quais a empresa atua, de forma a entender o tom dessas notícias e prevenir adversidades maiores, como crises de reputação. Além disso, ajudam na visibilidade, no posicionamento de marca e na construção da imagem de acordo com o que ela deseja passar para o público. 

Entre as vantagens do clipping estão: 

  • Antecipar crises: ao longo dos anos, uma marca está suscetível a enfrentar instabilidades. O monitoramento de mídia é uma boa forma de detectar focos de crise, antes mesmo que ela aconteça. 
  • Descobrir a opinião pública sobre a empresa: entender o que a população está falando sobre a marca é importante para controlar a própria reputação. Dessa forma, é possível saber quando é preciso se posicionar ou ficar em silêncio. 
  • Monitorar concorrentes: saber o que as outras marcas estão fazendo é uma oportunidade para criar diferenciais e se atualizar sobre o mercado.  
  • Análise de mercado: acompanhar as tendências do mercado e o comportamento do consumidor fornece insights valiosos para a tomada de decisões. 
  • Identificação de oportunidades: durante o processo de monitoramento, a empresa pode encontrar chances de participar de entrevistas, artigos e eventos para aumentar sua visibilidade e influência. 
  • Acompanhamento legislativo e regulatório: governos, empresas e organizações sem fins lucrativos podem usar o clipping para acompanhar notícias relacionadas à legislação e regulamentação que possam impactar suas operações. 
  • Mensurar resultados da agência de comunicação: com os relatórios, a empresa consegue comparar números de antes e depois da entrada da agência de comunicação, para entender o impacto que a assessoria de imprensa proporciona para a marca. 

Como fazer um clipping? 

Como comentando anteriormente, o clipping é realizado por agências ou profissionais especializados em assessoria de imprensa. Na realização do clipping, há etapas importantes, como: 

  1. Monitoramento de notícias

Em primeiro lugar, é importante monitorar as notícias e textos publicados na internet. Com o uso de palavras-chave e ferramentas de busca, como o próprio Google, fica mais fácil encontrar as menções procuradas.  É fundamental não ignorar as notícias negativas, porque elas podem servir como aprendizado para a marca e influenciar suas ações futuras. 

Esse acompanhamento deve ser feito tanto em sites de veículos de imprensa quanto nas redes sociais, como o Twitter, o Instagram, o TikTok e o Facebook. Além disso, não se deve esquecer dos materiais físicos, como revistas, jornais impressos e folhetos, nem do restante da mídia tradicional, como a televisão e o rádio. 

Veja também: Media training: preparação para lidar com a imprensa é fundamental para o sucesso de uma marca 

  1. Análise dos dados

A partir deste levantamento, durante o arquivamento, a empresa precisa selecionar quais dados podem ser relevantes para o clipping, de acordo com seu objetivo. A ideia não é só cadastrá-los em uma planilha, mas interpretá-los, pois, a função do clipping é pegar um aparato geral de dados para transformar em informação.  

Por exemplo, identificar que há mais veículos de uma determinada editoria que falam daquela marca quando ela divulga um assunto. Ou como é a receptividade em determinados momentos do ano. Essas informações podem ser úteis para direcionar ou redirecionar o plano de comunicação da empresa. 

Alguns exemplos de dados relevantes para o clipping são: 

  • data de publicação; 
  • veículo ou meio de comunicação; 
  • teor ou tema geral da matéria; 
  • relevância para a sociedade; 
  • tom ou sentimento da notícia (positiva, negativa ou neutra); 
  • audiência ou público estimado. 

Além disso, os dados obtidos do clipping podem servir base para construção e acompanhamento de KPI`s do relacionamento com a imprensa, bem como verificar a eficiência do plano de comunicação de uma empresa.   

  1. Elaboração de relatórios

Com todas essas informações, é relevante criar um relatório para analisar os dados de maneira mais aprofundada. Ele pode ser físico ou digital e realizado de diferentes maneiras, dependendo da empresa de assessoria e dos objetivos da marca. 

Uma das principais formas de analisar o clipping é por meio da centimetragem. Ela tem esse nome porque, em um contexto de mídia impressa, os profissionais de relações públicas mediam com uma régua o tamanho das matérias nos jornais físicos. 

Já a minutagem é um relatório que mede o tempo de exposição de uma marca na mídia, permitindo um controle preciso sobre a visibilidade da marca, oferecendo detalhes de quantos segundos ou minutos a empresa foi mencionada em diferentes programas e canais. 

Os centímetros quadrados eram multiplicados pelo preço médio de cada cm² dos anúncios e propagandas pagas naquele veículo. Ou seja, a técnica visava compreender quanto o empresário pagaria se precisasse comprar um anúncio no jornal, em vez de aparecer no mesmo espaço por meio de uma mídia espontânea. 

Hoje em dia, a ideia é a mesma. A análise tem como referência o valor de tabela de um espaço publicitário de determinado veículo online. Porém, isso é questionável, uma vez que é quase impossível valorar e comparar em um contexto de mídias sociais. 

Mas várias outras estratégias têm sido utilizadas pelas agências de comunicação. Um exemplo é a pontuação, em que é atribuída uma nota para cada veículo, com base em sua audiência e credibilidade para o público. Ao final, pode-se juntar essa informação ao dado de ‘tom ou sentimento’ da notícia e saber quantos pontos positivos, negativos ou neutros uma marca recebeu. É especialmente útil para empresas em momentos de crise de imagem. 

Também é possível uma abordagem mais subjetiva, que não costuma levar em conta números ou cálculos, mas observar cada menção com um olhar mais aprofundado. É geralmente utilizada por marcas que têm menos, mas importantes citações. 

Quando investir em clipping? 

A ferramenta é, em geral, mais comumente utilizada por grandes marcas, que desejam monitorar sua presença na mídia, entender melhor seu ambiente competitivo e prevenir ou gerenciar eventuais crises de reputação. Porém, as marcas pequenas também podem usufruir do recurso para aumentar a exposição e construir sua reputação. 

Outras situações em que o clipping pode ser uma estratégia valiosa, seja em empresas grandes ou pequenas, são nas decisões estratégicas, como o lançamento de um produto ou serviço. Esses são momentos em que a marca costuma ganhar uma atenção maior por parte da mídia, mesmo que temporariamente, e pode ser interessante para o empresário manter um acompanhamento dessas publicações para avaliar o sucesso de suas iniciativas. 

Conclusão 

Do monitoramento das menções na mídia à identificação de tendências e oportunidades de mercado, o clipping oferece insights importantes que podem direcionar as estratégias de comunicação de uma organização.  

Na Mira Comunicação, por exemplo, o clipping é considerado um dado. Ele é um item a ser tabulado e cadastrado para se ter o controle de tudo que é publicado sobre o cliente. Durante um ano, por exemplo, um cliente vai ter uma determinada quantidade de publicações, que podem ser neutras, positivas ou negativas. E de cada uma delas também é avaliado se o veículo é prioridade um, dois ou três (por exemplo, grande imprensa, veículo da área ou veículo de menor relevância) para o cliente.  

Assim, o clipping torna-se o extrato do esforço e dos resultados que a agência conseguiu a partir da sua expertise em interpretar os dados e transformá-los em informações, que vão embasar a tomada de decisão e as ações do cliente.  

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