Você se sente inseguro com o sucesso dos outros? Fica desmotivado depois de um não em um processo seletivo? Você acredita que o talento é determinante para vencer na vida? Fique tranquilo, ninguém precisa saber dessas respostas, mas seja sincero com você. Se disse sim para algum desses questionamentos, você pode estar se sabotando com o chamado mindset fixo.

O que é um mindset fixo?

O termo se popularizou com o best seller Mindset, da psicóloga Carol S. Dweck. O livro mostra que a maneira com que pensamos afeta a forma de agirmos e o nosso sucesso – em todos os campos da vida.

Se um relacionamento não vai bem, ao invés de enfrentar os problemas e ter uma boa conversa, alguns preferem fugir dos obstáculos e dizer que “não era pra ser”. Igualmente, um atleta pode se acomodar em seu talento e não alçar voos mais altos porque não trabalhou para isso.

Já outros têm comportamentos diferentes: enfrentam o desafio de fazer a viagem dos sonhos mesmo sozinhos; arriscam se declarar para a pessoa amada e seguem em frente se não forem correspondidos e, ainda, mantêm a motivação e a energia para prestar uma prova concorrida – mais de uma vez se preciso – para conquistar a almejada vaga. Essas atitudes fazem parte do que Dweck chama de mindset de crescimento.

Mindset fixo vs. Mindset de crescimento

A diferença entre os dois perfis é que o segundo acredita na mudança e tem coragem. Coragem para enfrentar desafios; de encarar obstáculos; de perseverar – e até se motivar – com os nãos que a vida dá; de aceitar as críticas – crescer com elas; e, claro, se inspirar no sucesso alheio. É possível sim chegar lá. Mas você está disposto a pagar o preço?

Talvez a questão de mais destaque no livro seja a valorização do esforço – que é o custo para a obtenção do sucesso. A psicóloga explica que por vezes enxergamos o suor, as longas horas de estudo e a procura incessante para encontrar soluções como algo inferior.

Esse pensamento apenas contribui para o fracasso – é o mindset fixo em ação. Pessoas que não ousam tentar, nem se reinventar, que acreditam na impossibilidade da mudança, parecem estar presas no refrão: “Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim” da conhecida canção Modinha para Gabriela.

É importante lembrar que a realidade é cinza e ninguém age somente de acordo com o mindset fixo nem com o de crescimento. No entanto, precisamos estar sempre vigilantes aos nossos pensamentos, pois eles são a raiz das atitudes e, consequentemente, dos resultados que obtemos.

Mindset dentro das empresas

No trabalho também podemos – e devemos – exercitar o mindset de crescimento. Assim, o ambiente será muito mais harmônico, produtivo e fará com que todos se desenvolvam cognitivamente e emocionalmente.

Os gerentes, diretores, CEOs, enfim, os cargos de chefia devem sempre conversar com a equipe para dar e receber feedbacks. É importante usar da experiência para ajudar o outro a crescer e a enxergar os pontos a serem aprimorados – de forma a mostrar como aquele indivíduo é valioso para a empresa. E, vale ressaltar: o avanço do outro traz sucesso para a instituição como um todo, assim não é produtivo que o gestor veja esse progresso como uma ameaça, mas como inspiração.

Dar voz aos funcionários, e liberdade para que eles se sintam confortáveis em questionar processos e estratégias, é essencial para uma cultura de diálogo na empresa. Isso resulta em novas ideias, perspectivas e criatividade, o que torna os processos, por exemplo, mais eficazes e contribui positivamente para o negócio.

Do outro lado, os cargos de aprendiz devem receber as críticas construtivas de forma aberta e com disposição a se reinventar, fazer diferente, buscar novos caminhos para aprender e executar o trabalho. Lembre-se: o QI não é estático, ou seja, é possível tornar-se mais inteligente!

A postura da empresa

Da mesma forma que a empresa deve incentivar a inovação, os funcionários devem ter a segurança de poder cometer erros sem serem julgados como perdedores – ou despedidos. Os desafios devem servir para motivar a equipe e o empenho deve ser mais valorizado que o talento.

E, para aqueles que se enquadram no título do texto, estão tentando recolocação no mercado de trabalho, mas só ouvem “nãos” é importante aprender com as tentativas: Estou procurando vagas que atendem ao meu perfil? O que falta em meu currículo? Experiência? Formação? Habilidades sociais? É apenas com o autoconhecimento e a vontade de melhorar e persistir que o tão esperado “sim” enfim chegará.

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