A aprendizagem no ambiente de trabalho carrega uma importância pouco discutida nas organizações
Certamente você já deve ter presenciado ou escutado de algum conhecido a seguinte situação: um jovem, que acabou de entrar em uma universidade, está realizando uma entrevista de emprego para iniciar sua jornada no mercado de trabalho como estagiário.
Ao final do processo seletivo, o jovem afirma: “não me contrataram porque não tenho experiência. Mas, como vou ter experiência se não tenho oportunidade?”. A dicotomia entre oportunidade e experiência é algo que a juventude carrega durante todo o seu processo de formação na faculdade.
A realidade é que muitas empresas simplesmente buscam jovens talentos que possam entrar no circuito do negócio e desempenhar funções que nem sempre conhecem ou dominam. Exigir competências muito complexas de quem ainda está em fase de aprendizado pode desestimular o desenvolvimento desses profissionais, influenciando-os a procurar alternativas até mesmo fora do Brasil.
Se, enquanto país, entendemos que a Educação é a única saída para o desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária, justa e rica, essa mentalidade também deve estar dentro das organizações.
Organizações que não pensam a educação dentro de suas estruturas, em geral, costumam olhar para o estagiário como um braço de execução de demandas repetitivas das equipes, baseando suas avaliações no quanto aquela pessoa consegue entregar as tarefas dentro dos prazos.
Se sua empresa pensa dessa forma, certamente está fadada a perder um potencial talento no futuro. Assim como as organizações se posicionam junto a seus consumidores, elas também precisam emprestar um olhar estratégico e estruturado para engajar seus novos talentos, um público cada vez mais exigente e crítico.
Não é à toa que uma das grandes questões trabalhadas nas empresas atualmente é o do propósito do negócio. Isso acontece porque, os jovens de hoje, em geral, sentem uma grande necessidade de trabalhar com algo em que enxergam um objetivo maior.
A preocupação de um estagiário com o primeiro emprego não pode ser a quantidade de tempo dentro do escritório ou estar ‘online’ o tempo todo durante um home office, mas, sim, o quanto ele está aprendendo e produzindo a partir de suas experiências.
Esse raciocínio deve levar em conta a quantidade de atividades, inclusive fora do trabalho, que muitos desses jovens lidam diariamente. Enquanto eles estão cursando a faculdade, também fazem o estágio e se envolvem em outras atividades estudantis simultaneamente. Assim, é natural que não consigam dar o seu melhor e se destacar em nenhuma das atividades, uma vez que o sucesso está atrelado à persistência e a um trabalho de longo prazo.
Como pensar o desenvolvimento de um estagiário?
A realidade vivida dentro da empresa, sua cultura, seus valores e seu propósito devem estar claros em todo o processo de experiência do profissional para que o relacionamento e a cooperação entre empresa e empregado sejam produtivos para os dois lados.
Neste caso, nós da Mira Comunicação contamos com um DNA voltado para a área educacional, sempre preocupados com o ato de ensinar e aprender com os nossos colaboradores. Dessa forma, não seria diferente pensar a Educação para dentro dos processos de desenvolvimento de um estagiário.
A participação dos estagiários de Comunicação dentro das atividades visa exatamente desenvolver um profissional cujo aprendizado é mais importante do que simplesmente o resultado.
Mais do que delegar tarefas, é fundamental que a cada momento seja uma oportunidade de explicar os motivos pelos quais aquela tarefa está sendo realizada. Afinal, as novas gerações têm questionado sistematicamente tarefas que alienam sua capacidade crítica e criativa de produção.
Uma das principais maneiras de exercitar esses aspectos é por meio da prática. É ela que faz a diferença no sucesso de aprendizado, uma vez que é a partir do saber fazer que o estagiário vai compreendendo os objetivos de cada demanda, além de entender em quais pontos do seu desenvolvimento ele mais se destaca e quais precisa melhorar.
Os estímulos e o contato com diversas experiências do negócio são os pilares que vão garantir o tão valioso autoconhecimento, habilidade socioemocional que tem figurado entre as mais valorizadas no mercado de trabalho. Dentro de um ambiente acolhedor e confortável, onde o errar é permitido e tratado como um processo, o potencial talento de cada um tende a se valorizar.
Quais ações tomar para desenvolver meu(s) estagiário(s)?
Por onde começar esse processo? Podemos dizer que os principais pontos para garantir uma boa formação profissional passam pelos seguintes pontos: Programa de Desenvolvimento de Estágio, Coparticipação nos processos, Reconhecimento e Possibilidade de Efetivação. A seguir, vejamos um pouco mais sobre cada um deles:
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Programa de Desenvolvimento de Estágio
O programa de estágio precisa ser elaborado de forma estratégica. Por isso, é preciso considerar sempre que as atividades serão exercidas, em sua maioria, por jovens estudantes com pouca experiência no mercado de trabalho.
Para ter o objetivo de aliar a teoria estudada à prática da função — que precisa ter ligação com o curso do estudante — é essencial que o estagiário receba suporte, apoio e treinamento para a capacitação e o desenvolvimento de suas habilidades.
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Coparticipação nos processos
O estagiário é um aprendiz em potencial e, por isso, precisa ser provocado ao longo de sua formação profissional. Assim, a empresa precisa englobar atividades práticas desafiadoras que estimulem, motivem e tirem o jovem da zona de conforto.
Compartilhar responsabilidades de maneira responsável é um bom começo. Faça com que ele tenha que desenvolver sua autonomia, mostrando que há chances de se destacar com aquela demanda compartilhada.
E lembre-se também de que, como é um profissional em formação, ele precisa de acompanhamento e orientação da equipe.
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Reconhecimento
O reconhecimento por um trabalho bem-feito motiva o estagiário e indica que ele está no caminho certo. Se uma tarefa foi bem cumprida, valorize e reconheça. Em caso da não realização das atividades da função, por exemplo, também é importante sinalizar os pontos que deixaram a desejar. Transparência é essencial nesse processo.
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Possibilidade de efetivação
Uma forma de valorizar o estagiário é mostrar a possibilidade de efetivação, caso tenha disponibilidade de vaga, após o término do contrato de estágio.
O estagiário é um profissional aprendiz e está disponível para se desenvolver de acordo com as necessidades da organização. Uma vantagem de contratá-lo é o fato de ele já conhecer o clima e a cultura organizacional da empresa, como missão, visão, valores e objetivos.