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Clipping: o que é e para que serve

O monitoramento e a análise das citações de uma marca ou empresa nas mídias fornecem informações importantes para embasar suas estratégias de comunicação 

Quando uma empresa busca ou já possui visibilidade em alguma mídia, seja on-line ou offline, é comum que ela queira acompanhar as menções que sua marca eventualmente pode receber para entender como está sendo vista pelo público. Uma das ferramentas de comunicação geralmente utilizadas para isso é o clipping ou monitoramento de notícias. 

Neste post, você vai compreender o que é clipping, como é feito e qual seu objetivo e importância. Confira! 

O que é clipping? 

homem mexendo no computador A palavra ‘clipping’ significa ‘recorte’ em inglês. Refere-se a um contexto antigo de mídia impressa, em que as notícias de um jornal eram selecionadas, recortadas (clipped ou clipadas) e arquivadas em pastas físicas para organização. Em português, é possível ajustar o termo para ‘clipagem’.  

O clipping de notícias é um processo contínuo de monitoramento, organização e análise de citações de uma determinada marca ou empresa na mídia. Isso acontece a partir de relatórios quantitativos e qualitativos, que podem especificar a data, o veículo, a relevância, o tema da matéria e a audiência estimada. 

Atualmente, o processo é praticamente o mesmo, apenas adaptado para o mundo digital e com o uso de ferramentas que agilizam a seleção e a recuperação das informações. Em países anglófonos também é frequente o termo news monitoring ou media monitoring, que significa monitoramento de notícias ou de mídia, para se referir à mesma atividade.    

No contexto de uma agência de comunicação, um cliente, ao contratar o serviço de assessoria de imprensa, geralmente está buscando divulgação, presença na mídia e na opinião pública e a chancela de um veículo que dê autoridade para essa exposição. Nesse sentido, o clipping é o extrato do trabalho que essa agência realizou, do esforço que empreendeu e do resultado que obteve. Ou seja, os resultados relativos a quanto produziu de releases e ao sucesso de uma estratégia de relacionamento, por exemplo, vão constar do clipping, mostrando a eficácia ou não das publicações realizadas em determinado intervalo de tempo. 

Importância e benefícios do clipping 

Mesmo na era das redes sociais – e até mesmo por isso – o jornalismo é considerado o ‘quarto poder’. Isso quer dizer que a imprensa – por definição, imparcial e independente - tem importância e influência consideráveis na sociedade. Por isso, investir em mecanismos e ferramentas midiáticas é essencial para qualquer marca ou empresa. 

Veja também: Qual o papel da assessoria de imprensa no novo cenário digital? 

A interpretação dos dados retirados do clipping pode ser a base das estratégias de comunicação de uma empresa. Eles identificam assuntos sensíveis e mapeiam os veículos que costumam publicar sobre os temas com os quais a empresa atua, de forma a entender o tom dessas notícias e prevenir adversidades maiores, como crises de reputação. Além disso, ajudam na visibilidade, no posicionamento de marca e na construção da imagem de acordo com o que ela deseja passar para o público. 

Entre as vantagens do clipping estão: 

  • Antecipar crises: ao longo dos anos, uma marca está suscetível a enfrentar instabilidades. O monitoramento de mídia é uma boa forma de detectar focos de crise, antes mesmo que ela aconteça. 
  • Descobrir a opinião pública sobre a empresa: entender o que a população está falando sobre a marca é importante para controlar a própria reputação. Dessa forma, é possível saber quando é preciso se posicionar ou ficar em silêncio. 
  • Monitorar concorrentes: saber o que as outras marcas estão fazendo é uma oportunidade para criar diferenciais e se atualizar sobre o mercado.  
  • Análise de mercado: acompanhar as tendências do mercado e o comportamento do consumidor fornece insights valiosos para a tomada de decisões. 
  • Identificação de oportunidades: durante o processo de monitoramento, a empresa pode encontrar chances de participar de entrevistas, artigos e eventos para aumentar sua visibilidade e influência. 
  • Acompanhamento legislativo e regulatório: governos, empresas e organizações sem fins lucrativos podem usar o clipping para acompanhar notícias relacionadas à legislação e regulamentação que possam impactar suas operações. 
  • Mensurar resultados da agência de comunicação: com os relatórios, a empresa consegue comparar números de antes e depois da entrada da agência de comunicação, para entender o impacto que a assessoria de imprensa proporciona para a marca. 

Como fazer um clipping? 

Como comentando anteriormente, o clipping é realizado por agências ou profissionais especializados em assessoria de imprensa. Na realização do clipping, há etapas importantes, como: 

  1. Monitoramento de notícias

Em primeiro lugar, é importante monitorar as notícias e textos publicados na internet. Com o uso de palavras-chave e ferramentas de busca, como o próprio Google, fica mais fácil encontrar as menções procuradas.  É fundamental não ignorar as notícias negativas, porque elas podem servir como aprendizado para a marca e influenciar suas ações futuras. 

Esse acompanhamento deve ser feito tanto em sites de veículos de imprensa quanto nas redes sociais, como o Twitter, o Instagram, o TikTok e o Facebook. Além disso, não se deve esquecer dos materiais físicos, como revistas, jornais impressos e folhetos, nem do restante da mídia tradicional, como a televisão e o rádio. 

Veja também: Media training: preparação para lidar com a imprensa é fundamental para o sucesso de uma marca 

  1. Análise dos dados

A partir deste levantamento, durante o arquivamento, a empresa precisa selecionar quais dados podem ser relevantes para o clipping, de acordo com seu objetivo. A ideia não é só cadastrá-los em uma planilha, mas interpretá-los, pois, a função do clipping é pegar um aparato geral de dados para transformar em informação.  

Por exemplo, identificar que há mais veículos de uma determinada editoria que falam daquela marca quando ela divulga um assunto. Ou como é a receptividade em determinados momentos do ano. Essas informações podem ser úteis para direcionar ou redirecionar o plano de comunicação da empresa. 

Alguns exemplos de dados relevantes para o clipping são: 

  • data de publicação; 
  • veículo ou meio de comunicação; 
  • teor ou tema geral da matéria; 
  • relevância para a sociedade; 
  • tom ou sentimento da notícia (positiva, negativa ou neutra); 
  • audiência ou público estimado. 

Além disso, os dados obtidos do clipping podem servir base para construção e acompanhamento de KPI`s do relacionamento com a imprensa, bem como verificar a eficiência do plano de comunicação de uma empresa.   

  1. Elaboração de relatórios

Com todas essas informações, é relevante criar um relatório para analisar os dados de maneira mais aprofundada. Ele pode ser físico ou digital e realizado de diferentes maneiras, dependendo da empresa de assessoria e dos objetivos da marca. 

Uma das principais formas de analisar o clipping é por meio da centimetragem. Ela tem esse nome porque, em um contexto de mídia impressa, os profissionais de relações públicas mediam com uma régua o tamanho das matérias nos jornais físicos. 

Já a minutagem é um relatório que mede o tempo de exposição de uma marca na mídia, permitindo um controle preciso sobre a visibilidade da marca, oferecendo detalhes de quantos segundos ou minutos a empresa foi mencionada em diferentes programas e canais. 

Os centímetros quadrados eram multiplicados pelo preço médio de cada cm² dos anúncios e propagandas pagas naquele veículo. Ou seja, a técnica visava compreender quanto o empresário pagaria se precisasse comprar um anúncio no jornal, em vez de aparecer no mesmo espaço por meio de uma mídia espontânea. 

Hoje em dia, a ideia é a mesma. A análise tem como referência o valor de tabela de um espaço publicitário de determinado veículo online. Porém, isso é questionável, uma vez que é quase impossível valorar e comparar em um contexto de mídias sociais. 

Mas várias outras estratégias têm sido utilizadas pelas agências de comunicação. Um exemplo é a pontuação, em que é atribuída uma nota para cada veículo, com base em sua audiência e credibilidade para o público. Ao final, pode-se juntar essa informação ao dado de ‘tom ou sentimento’ da notícia e saber quantos pontos positivos, negativos ou neutros uma marca recebeu. É especialmente útil para empresas em momentos de crise de imagem. 

Também é possível uma abordagem mais subjetiva, que não costuma levar em conta números ou cálculos, mas observar cada menção com um olhar mais aprofundado. É geralmente utilizada por marcas que têm menos, mas importantes citações. 

Quando investir em clipping? 

A ferramenta é, em geral, mais comumente utilizada por grandes marcas, que desejam monitorar sua presença na mídia, entender melhor seu ambiente competitivo e prevenir ou gerenciar eventuais crises de reputação. Porém, as marcas pequenas também podem usufruir do recurso para aumentar a exposição e construir sua reputação. 

Outras situações em que o clipping pode ser uma estratégia valiosa, seja em empresas grandes ou pequenas, são nas decisões estratégicas, como o lançamento de um produto ou serviço. Esses são momentos em que a marca costuma ganhar uma atenção maior por parte da mídia, mesmo que temporariamente, e pode ser interessante para o empresário manter um acompanhamento dessas publicações para avaliar o sucesso de suas iniciativas. 

Conclusão 

Do monitoramento das menções na mídia à identificação de tendências e oportunidades de mercado, o clipping oferece insights importantes que podem direcionar as estratégias de comunicação de uma organização.  

Na Mira Comunicação, por exemplo, o clipping é considerado um dado. Ele é um item a ser tabulado e cadastrado para se ter o controle de tudo que é publicado sobre o cliente. Durante um ano, por exemplo, um cliente vai ter uma determinada quantidade de publicações, que podem ser neutras, positivas ou negativas. E de cada uma delas também é avaliado se o veículo é prioridade um, dois ou três (por exemplo, grande imprensa, veículo da área ou veículo de menor relevância) para o cliente.  

Assim, o clipping torna-se o extrato do esforço e dos resultados que a agência conseguiu a partir da sua expertise em interpretar os dados e transformá-los em informações, que vão embasar a tomada de decisão e as ações do cliente.  

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desenhos em cima de uma mesa

Posicionamento de marca: o que é e qual a sua importância

A maneira como uma empresa é vista pelos consumidores e se diferencia dos concorrentes contribui para que ocupe um lugar de liderança no mercado 

Para que um produto ou serviço tenha visibilidade, consiga se diferenciar dos concorrentes e seja considerado como opção de compra, é necessário investir em posicionamento de marca. Trata-se de uma ferramenta poderosa para construir relações mais próximas com os consumidores e conquistar espaço no mercado.

Neste post, explicamos como funciona o posicionamento de marca, sua importância, como uma empresa pode construir esse posicionamento e a necessidade e a relevância dessa prática no mundo digital. Vamos abordar também o papel da assessoria de imprensa nesse contexto e trazer exemplos de grandes empresas que conquistaram posicionamentos de destaque. 

O que é posicionamento de marca?

Posicionamento de marca é o modo como uma empresa é percebida pelos consumidores. Refere-se às ações que ela realiza para obter visibilidade no mercado, diferenciando-se dos concorrentes por meio de suas características, identidade, expertise, valores, benefícios e personalidade. Isso inclui a imagem que os clientes têm em mente ao ouvirem falar da marca, bem como as sensações que evoca, as “histórias que conta” e as emoções que desperta. Além de um produto, o posicionamento de marca pode se referir a um serviço ou mesmo a uma personalidade.

Segundo o autor norte-americano Philip Kotler, uma das maiores referências mundiais na área de marketing, autor de mais de 60 livros, posicionamento de marca “é a “ação de projetar o produto e a imagem da organização com o fim de ocupar uma posição diferenciada na escolha de seu público-alvo”. Para ele, o posicionamento consiste em “desenhar a oferta comercial de forma a ocupar um lugar precioso na mente dos consumidores”. 

Importância e vantagens

Frente a uma grande variedade de opções de compra, os consumidores buscam marcas alinhadas a seus valores e estilo de vida. Um posicionamento forte não só diferencia uma marca da concorrência, como também constrói uma relação de lealdade e confiança com os consumidores

Mensagens publicitárias baseadas em pautas importantes da atualidade, como a questão da sustentabilidade e as lutas feminista e antirracista, podem ser fatores decisivo na hora da compra, uma vez que essas temáticas têm ganhado relevância em diversos mercados. Por exemplo, uma marca alinhada com valores sustentáveis e a preservação ambiental ou com o empoderamento das mulheres pode conquistar consumidores preocupados com essas questões.

Além disso, um posicionamento claro ajuda a empresa a direcionar sua mensagem de forma mais eficaz, otimizando esforços de comunicação e alcançando mais assertivamente o público-alvo.

Além de conseguir maior reconhecimento e visibilidade, outros benefícios do posicionamento de marca são:

  • credibilidade e autoridade no ramo;
  • fidelização de clientes; 
  • propaganda boca a boca e publicidade orgânica, levando à conquista de novos clientes e à posição de liderança no mercado;
  • possibilidade no aumento das vendas.

Como construir um posicionamento de marca

Construir um posicionamento de marca sólido requer uma compreensão profunda da identidade da empresa, do mercado e, principalmente, do público-alvo. Conhecer detalhadamente os potenciais consumidores é importante para saber que tipo de abordagem, conteúdos e elementos vão criar conexões com eles.

Por isso, a maneira como uma marca se apresenta visualmente e se comunica com o seu público é outro fator essencial. Essa comunicação requer um planejamento estratégico e assertivo, desde a identidade visual, com a escolha das cores e do logotipo utilizado, até o slogan adotado, o estilo de linguagem e o tom de voz nos canais oficiais e nas campanhas publicitárias. 

Todos esses elementos devem refletir as características mais marcantes do produto ou serviço e suas vantagens competitivas. Assim, ao elaborarem seu posicionamento de marca, as empresas devem considerar:

  • definição da identidade da companhia: quais são os valores, a missão e a visão da empresa. O que ela representa? O que a torna única?
  • conhecimento do público-alvo: entendimento de quem são os clientes, suas necessidades, desejos e dores. Quanto maior o conhecimento do público, mais precisa será a estratégia de posicionamento.
  • análise da concorrência: necessidade de estudar os concorrentes para identificar lacunas no mercado e oportunidades de diferenciação.
  • desenvolvimento de proposta única de valor e seus diferenciais: destacar o que torna a marca exclusiva e por que os clientes devem escolhê-la em detrimento da concorrência.
  • comunicação coerente: garantir que a mensagem de posicionamento seja consistente em todos os pontos de contato com o cliente, desde o site e redes sociais até materiais de marketing e atendimento ao consumidor.
  • veiculação de assuntos relevantes: selecionar temas que fazem sentido para o público-alvo e dialogam com o perfil da empresa.

Veja também: "A produção de conteúdo para as redes sociais precisa ter estratégia"

Posicionamento de marca no mundo digital

pessoa mexendo no computador
Imagem: Freepik

Em um contexto cada vez mais digital, que transcende barreiras geográficas, o posicionamento de marca assume uma importância ainda maior. Ele deve considerar diferentes canais, como esses ambientes funcionam e as possibilidades que oferecem.

As plataformas digitais se tornaram o principal meio para as marcar mostrarem aos consumidores suas características e vantagens, alcançarem e engajarem o público-alvo, além de permitirem um contato muito mais próximo com os consumidores. Mas, por outro lado, também aumentam a concorrência e o ruído. 

Ao construir um posicionamento de marca no ambiente digital, é necessário:

  • criar sites institucionais e blogs com conteúdo relevante e que engaje o público;
  • manter presença constante nas redes sociais, compartilhando mensagens da marca, interagindo com os seguidores e construindo relacionamentos autênticos;
  • monitorar e responder comentários online, acompanhando o que estão dizendo sobre a marca;
  • investir em estratégias de SEO [Search Engine Optimization], otimizando o site e conteúdos, como blogs, para os mecanismos de busca, aumentando a visibilidade online e atraindo tráfego.

Importância da assessoria de imprensa para construção e posicionamento da marca

Outra ferramenta estratégica para a construção da imagem pública de uma empresa ou marca é a assessoria de imprensa. Ao garantir uma presença positiva e relevante nos meios de comunicação, ela ajuda a dar credibilidade e moldar a percepção do público sobre a marca.

A cobertura positiva na imprensa também confere legitimidade e confiança à empresa aos olhos do público, ajudando a estabelecer conexões com os consumidores.

Um dos maiores benefícios da assessoria de imprensa é sua capacidade de ampliar o alcance da marca para novos públicos. Ao garantir presença em veículos de comunicação relevantes, uma empresa pode alcançar uma audiência muito maior do que seria possível apenas por meio de esforços de marketing direto. Isso não apenas aumenta o reconhecimento da marca, mas também abre portas para oportunidades de negócios e parcerias estratégicas.

Exemplos de grandes empresas que conquistaram um bom posicionamento de marca

O posicionamento de marca pode ser uma ferramenta poderosa para diferenciar uma empresa no mercado, construir conexões emocionais com os consumidores e impulsionar o sucesso a longo prazo. Conheça 5 empresas que tiveram casos bem-sucedidos de reposicionamento de marca.

Coca-Cola

A Coca-Cola é um exemplo clássico de como um produto pode se tornar parte integrante da cultura global. Ao longo de décadas, a empresa construiu uma marca baseada em valores universais de felicidade, alegria e união. Além de refrigerantes, a empresa vende uma experiência - a experiência de compartilhar momentos especiais com amigos e familiares. 

A estratégia de marketing da Coca-Cola também enfatiza a conexão emocional que seus produtos criam, evocando sentimentos de nostalgia e pertencimento. Como resultado, a Coca-Cola se tornou uma das marcas mais reconhecidas do mundo, transpondo fronteiras culturais e geográficas.

Pepsi

Rival da Coca-Cola, a Pepsi também tem um trabalho interessante de posicionamento de marca, baseado justamente na percepção do público de ser a segunda opção dos brasileiros. Inclusive, assumir o segundo lugar é um tipo de posicionamento usado por algumas empresas.  

Ao adotar esse posicionamento de forma criativa e bem-humorada a partir de uma percepção que os consumidores já tinham, ela conseguiu aumentar as vendas e se consolidar no mercado. 

Apple

A Apple é outro caso emblemático de como o posicionamento de marca pode impulsionar o sucesso de uma empresa. Desde o seu início, a Apple se concentrou em criar produtos inovadores, arrojados e fáceis de usar, estabelecendo-se como uma marca que é sinônimo de status, qualidade e exclusividade

A estratégia de marketing da Apple enfatiza não apenas os recursos técnicos de seus produtos, mas também o estilo de vida e a identidade de quem os utiliza. A marca cultiva uma imagem de vanguarda e sofisticação, construindo uma comunidade de clientes leais.

Nike

Esta é outra empresa que se destaca por seu posicionamento de marca original. Ao longo dos anos, a Nike construiu uma marca poderosa em torno dos conceitos de superação pessoal, inspiração e determinação. A marca não apenas vende produtos esportivos, mas também promove um estilo de vida ativo e uma mentalidade de conquista de objetivos

Por meio de campanhas publicitárias e parcerias estratégicas com atletas de renome mundial, a Nike cria uma conexão profunda com seu público-alvo, inspirando milhões de pessoas em todo o mundo a alcançarem suas metas.

Dove

Essa marca de produtos de higiene pessoal associa seus produtos a uma mensagem que valoriza a beleza natural, a diversidade feminina e o poder de escolha das mulheres. Cria assim uma ligação com as consumidoras, incentivando-as a ter uma relação positiva com a aparência e a cultivarem a autoestima. 

Conclusão

Como vimos, o posicionamento de marca é uma ferramenta poderosa para diferenciar uma empresa no mercado, construir conexões com o público-alvo e impulsionar as vendas.  Ao compreender a importância do posicionamento de marca e implementar estratégias eficazes, uma companhia tem mais chances de se destacar em um mercado cada vez mais digital e competitivo.

Gostou desse texto? Então, saiba o que é marketing de conteúdo e como definir uma boa estratégia.


Foto de pessoas sendo entrevistadas

Media training: preparação para lidar com a imprensa é fundamental para o sucesso de uma marca

No ambiente midiático, a postura e a mensagem do representante de uma empresa influenciam a opinião e o interesse do público sobre ela

Na série de filmes “Jogos Vorazes”, as personagens aparecem frequentemente na mídia ao longo da narrativa. Tanto para defender a própria reputação quanto para promover determinada ideia, muitas delas passavam por um treinamento antes de surgirem para o grande público fictício. Eram ensinadas a como se portar, o que falar e quais perguntas esperar do entrevistador.

Isso também acontece na vida real. Quando figuras de destaque, como um presidente ou diretor de uma grande empresa, marcam presença em programas de televisão e entrevistas jornalísticas, é muito provável que eles tenham passado por um curso especializado em media training. Como porta-voz de uma empresa ou organização, é necessário saber como lidar com a imprensa em diferentes situações para ter respostas coerentes e alinhadas às estratégias de comunicação da marca.

O que é media training?

O media training é uma ferramenta para treinar as pessoas que falam em nome da empresa, preparando-as para dar entrevistas, posicionar-se e fazer declarações em qualquer tipo de mídia e para diferentes públicos.

Originário do termo em inglês "treinamento de mídia" ou "treinamento de imprensa", o conceito surgiu no cenário corporativo no final da década de 1990. Esse método emergiu como uma resposta à demanda crescente de preparar diretores e porta-vozes de empresas para estabelecerem e manterem relacionamentos eficazes com a mídia. Nessa época, tornou- evidente a necessidade de habilidades específicas para lidar com entrevistas, coletivas de imprensa e interações com jornalistas.

“Construir um bom relacionamento com os profissionais de imprensa, compreender a dinâmica dos veículos de comunicação e melhorar a habilidade comunicacional dos porta-vozes são estratégias fundamentais para a criação de um diálogo sustentável com as demandas da sociedade”, aponta um estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) sobre o tema.

O media training prepara os porta-vozes para transmitir as mensagens-chave da organização de uma forma mais assertiva, alinhada ao posicionamento da marca acerca do tema discutido, ao mesmo tempo que atende com qualidade ao que é requisitado pelos jornalistas. A pessoa que responde pela instituição publicamente deve entender que a fala, a postura, as expressões, os gestos e as mensagens não são apenas ações individuais, mas sim uma representação de toda a empresa.

Em uma entrevista com jornalistas, por exemplo, o porta-voz devidamente preparado saberá como responder às questões mais difíceis, manter a postura, ser coeso e eloquente acerca do seu discurso. Além disso, é importante ter consciência de que qualquer deslize ou fala mal estruturada, principalmente nos temas mais sensíveis, pode resultar em uma crise de imagem para a marca.

Media training: importância e benefícios

Jornalistas entrevistando uma pessoa
Imagem: Freepik

O bom relacionamento com a mídia é indispensável para o crescimento da marca. Entre as vantagens estão:

  • A imprensa é considerada o “Quarto Poder”, transmitindo credibilidade e autoridade. Isso significa que sua influência perante o público pode ser comparável aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Assim, uma imagem positiva pode promover e impulsionar a confiança em um estabelecimento. Já uma relação negativa com a mídia pode prejudicar gravemente um negócio.
  • Pela sua relevância e função, os jornais atribuem mais ou menos importância a determinada informação ou ideia. As notícias consideradas mais importantes pela redação e que ganham maior destaque rapidamente são comentadas pelo público. Estar presente na mídia -- e da forma adequada -- significa uma enorme vantagem de visibilidade.
  • Porta-vozes bem-preparados contribuem para a boa reputação da empresa perante a opinião pública. 
  • Entrevistas com fontes que fornecem conteúdos relevantes e representam adequadamente uma marca formam bons relacionamentos com jornalistas, gerando mais exposição, além de ajudar na prevenção e gerenciamento de crises de imagem ao se posicionar de forma mais estratégica.

O media training é uma ferramenta útil e, em alguns casos, uma peça fundamental na construção e preservação de uma reputação empresarial sólida. A velocidade com que as informações se propagam na internet intensifica essa importância. A era digital possibilita a disseminação instantânea de notícias e eventos, fazendo com que tudo o que ocorre seja prontamente observado e avaliado pelo público.

O investimento em media training não apenas aprimora as habilidades de comunicação dos responsáveis por uma marca, mas também atua como um escudo preventivo, protegendo a imagem da empresa em um cenário onde a vigilância da mídia e do público é constante e incisiva.

Veja também: Como a assessoria de imprensa pode alavancar seu negócio?

Como é feito o media training?

Para começar esse processo de treinamento, o primeiro passo é definir quem serão os porta-vozes da empresa e os assuntos dos quais eles têm domínio para falar. Por exemplo: um CEO pode comentar sobre investimentos e perspectivas de negócios sob um contexto institucional da marca; um diretor pode dar declarações técnicas; cada coordenador de área pode falar sobre o dia a dia dentro do setor específico em que atua. Essa definição varia de acordo com cada tipo de negócio e a área de atuação. Mas é sempre importante considerar os impactos e o papel que cada organização representa para a sociedade e para a opinião pública.

Tendo isso definido, a etapa seguinte é identificar a familiaridade e o nível de conforto dos porta-vozes para discursos em público e conversas em situação de “pressão”, principalmente em relação a temas delicados. Isso pode auxiliar na hora de direcionar o formato e o conteúdo do curso de media training. 

Em seguida, vale consultar uma agência de comunicação qualificada para esse treinamento. Ele pode acontecer por meio de guias digitais, vídeos, encontros presenciais e supervisão contínua das entrevistas com feedbacks sequenciais.

Formatos do media training

Da mesma forma como ocorre em qualquer outro curso ou treinamento, os interessados em media training têm a oportunidade de escolher qual modalidade faz mais sentido para seus objetivos específicos e metas pessoais.

Sessões em grupo ou com mais de um cliente, por exemplo, podem ocorrer em situações mais simples em que só é preciso uma orientação expositiva, sem necessariamente trabalhar toda a questão da postura de um porta-voz. Essas sessões em grupo também podem ser utilizadas para treinamentos em relação a entrevistas coletivas ou em casos em que as pessoas têm objetivos parecidos.

Já as sessões individuais servem para uma abordagem mais específica e personalizada, em que é necessário um curso adaptado de acordo com as necessidades, características e pontos positivos e negativos do cliente. Pode ser feita uma avaliação de nivelamento, com uma entrevista-teste inicial para entender o perfil e a familiaridade da  pessoa com a imprensa. Com base nela, as explicações teóricas posteriores esclarecem os pontos de dúvida e orientam sobre as ações necessárias, bem como explicitam os assuntos e palavras-chave que devem ser utilizadas na entrevista oficial.

O método descrito é o modelo clássico, que também pode ter a ordem invertida — as explicações teóricas sobre a imprensa e a postura podem ser feitas primeiro, para depois realizar testes e exercícios práticos sobre o que foi aprendido. Porém, esse não é o único formato de media training. Outros formatos são:

  • Speaker training: semelhante ao método clássico, mas focado na oralidade, para aqueles representantes que precisam aparecer em vídeos, transmissões ao vivo ou eventos presenciais.
  • Social media training: voltado para as redes sociais, com foco em ter uma atenção maior às opiniões e aos assuntos comentados na internet. O representante precisa se expressar de forma clara e sem ambiguidades, para evitar interpretações equivocadas.
  • Media training de crise: para momentos específicos e urgentes, porém não deve ser contratado apenas nessas horas. Antecipar-se às crises e estar preparado para lidar com elas é fundamental para que as ações sejam realizadas da maneira mais assertiva e rápida possível.

Conclusão

O media training é uma ferramenta indispensável para todo representante ou porta-voz que pretende entender detalhadamente como se portar perante o cenário midiático. Lidar com a imprensa e com a mídia não é uma tarefa fácil — é preciso tomar diversos cuidados e saber como agir nas diferentes situações. Isso demanda habilidades refinadas e a compreensão profunda da audiência almejada. Diante desse desafio, o investimento em profissionais qualificados para esse treinamento é de grande importância para o impulsionamento dos negócios.

Esse treinamento, ao proporcionar uma imersão cuidadosa e específica, não apenas aprimora as habilidades de expressão e resposta dos porta-vozes de uma empresa, mas também fortalece a capacidade de antecipar e gerenciar potenciais desafios midiáticos. O domínio dessas técnicas é um diferencial competitivo que constrói e mantém a reputação de uma marca, consolida sua presença na mídia e no mercado e contribui significativamente para o sucesso do empreendimento. O investimento consciente nessa área pode ser uma peça estratégica para empresas que buscam se destacar e prosperar em um ambiente midiático em constante evolução.

A Mira Comunicação realiza media training em diversos formatos, considerando as necessidades de cada cliente e oferecendo orientação para a preparação de porta-vozes. Isso é feito por meio de simulações de situações que podem acontecer em uma entrevista com a imprensa em diferentes mídias, como rádio, podcast, televisão, jornais impressos e online, portais de notícias, coletivas de imprensa e entrevistas ao vivo. 

Veja também: “Entender a fluidez e a transformação dos veículos e das pessoas é o primeiro passo para ter bons resultados de imprensa”


foto de pessoa sendo entrevistada

Mídia espontânea: tudo o que você precisa saber sobre

A divulgação por meio da mídia espontânea traz credibilidade para a marca e pode ser potencializada pelos profissionais de assessoria de imprensa

Além dos anúncios pagos e impulsionamentos nas redes sociais, uma das formas de uma empresa conseguir visibilidade perante seus consumidores é por meio da mídia espontânea

O termo “espontâneo” pode sugerir que essa exposição é conquistada de maneira natural e sem interferência humana. No entanto, é crucial compreender que obter espaço na mídia de forma orgânica demanda um substancial investimento. O primeiro passo para dar início a esse processo é o entendimento do conceito de mídia espontânea.

O que é mídia espontânea?

A mídia espontânea é um tipo de cobertura midiática que uma empresa ou indivíduo consegue sem ter que comprá-la. Uma história, evento ou informação é veiculada através dos meios de comunicação de forma natural, como qualquer outra notícia. Ou seja, esse tipo de mídia não é paga e nem produzida pela marca, mas sim por jornalistas.

O principal agente que possibilita a produção e difusão desse conteúdo é o assessor de imprensa, que será o intermediário entre a marca e o mundo jornalístico. Assim que esse contato é realizado e se mostra de interesse jornalístico, o veículo de comunicação disponibiliza repórteres para produzir o conteúdo relacionado à empresa, analisando quais aspectos fazem mais sentido para a proposta editorial e para a audiência do canal de comunicação.

Com isso, a marca é divulgada para o público geral em forma de notícia, explorando sua autoridade sobre determinado assunto. Por exemplo, um professor de determinada escola pode ser útil para falar sobre vestibulares, ou uma atividade em sala de aula pode levantar um debate sobre novas metodologias educativas.

Importância da mídia espontânea para a marca

É importante que uma empresa utilize diversos recursos para divulgar seus produtos. A mídia paga tem suas vantagens e pode ser muito bem utilizada, mas a espontânea também apresenta muitos benefícios. Essa exposição pode impulsionar os negócios, popularizar a marca e atrair novos clientes.

Por exemplo, propagandas são reconhecíveis por seu formato e características específicas e podem ser ignoradas por alguém desinteressado no produto. Já as divulgações orgânicas recebem tanta atenção quanto as notícias. O espectador comum assiste focado às informações imparciais e de utilidade pública que são veiculadas pela televisão ou por outros meios.

A mídia espontânea também não implica custos financeiros diretos. No caso, os jornais recebem sugestões de pautas e temas que enriquecem sua agenda diária, enquanto a marca beneficia-se ao ser divulgada de maneira discreta e integrada ao cotidiano de seus clientes. Essa dinâmica estabelece uma presença autêntica no meio midiático e promove uma interação sincera com o público-alvo.

Outro aspecto é ampliação do alcance. Isso significa que públicos anteriormente não atingidos por meio do marketing passam a ter acesso ao conteúdo, devido aos nichos encontrados em cada veículo. Uma pessoa que não assiste à televisão pode perder os intervalos de anúncios, por exemplo, mas é possível que ela veja em seu telefone celular os mesmos noticiários gravados após a veiculação ao vivo na TV, sem as propagandas.

Além disso, ao ser veiculada por um canal de comunicação ou por um influenciador digital confiável aos olhos do público, a marca ganha credibilidade perante os clientes. Com tantas ofertas e opções na internet, muitas vezes as pessoas têm receio ao escolher e confiar em uma empresa ou comprar um produto. Por isso, o aval de alguém que tenha autoridade no assunto é muito relevante.

Como conquistar mídia espontânea?

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Imagem: Freepik

O estabelecimento de um relacionamento eficaz de uma empresa com uma assessoria de imprensa frequentemente ocorre por meio das agências de relações públicas. Elas desempenham o papel fundamental de construção e manutenção da reputação de uma empresa em seus diversos canais de comunicação, implementando estratégias destinadas a gerenciar crises e a alcançar o público-alvo da marca.

Uma das principais responsabilidades dessas agências é a elaboração de conteúdos relacionados à marca que sejam relevantes para a sociedade em geral. Essa tarefa envolve atender não apenas às demandas da marca, que busca destacar suas qualidades para seus potenciais clientes, mas também às expectativas dos veículos de comunicação, em relação à necessidade de fontes e conteúdos para as notícias e reportagens.

Sabendo disso, é necessário um planejamento estratégico que deve estar sintonizado com os acontecimentos recentes e estabelecer conexões sólidas com jornalistas e influenciadores. Essa abordagem visa facilitar o processo de comunicação e contribuir para a preservação dos princípios originais da marca, garantindo uma representação coesa e autêntica nos meios de comunicação.

A Mira Comunicação, como agência, valoriza a conquista da mídia espontânea. Com uma equipe formada por diversos profissionais inseridos no mundo jornalístico, o contato com os veículos de comunicação torna-se mais fácil. Os clientes têm a oportunidade de difundir suas ideias por meio de repórteres e jornais conhecidos com o intermédio do serviço de assessoria da Mira.

Mídia espontânea x mídia paga

Para entender melhor a importância da mídia espontânea, é preciso compreender as diferenças básicas entre os espaços que compõem os meios de comunicação: o editorial e a publicidade.

Portais de notícias, veículos impressos, rádio e televisão compõem a parte editorial da mídia, constituída por conteúdo informativo de cunho jornalístico e prestação de serviços de utilidade pública para a sociedade. Esse espaço é caracterizado pela independência editorial e destinado a proporcionar aos espectadores informações imparciais e relevantes. Produzido e controlado pela redação dos veículos, tem credibilidade ao citar marcas, iniciativas ou produtos.

Já no espaço publicitário, marcado por anúncios, o controle do conteúdo é totalmente do anunciante, e a divulgação é mais explícita e direta. Uma vez adquirido o espaço, seja por troca financeira ou outra contrapartida comercial, o comprador tem a liberdade de publicar ali o que lhe convier. Essa é a mídia paga, porque depende de um acordo financeiro, é voltada para a promoção comercial e permite que as marcas alcancem seu público-alvo de forma mais específica e estratégica.

A mídia espontânea está inserida no primeiro espaço, o editorial. É uma maneira de obter exposição sem investimento financeiro no veículo. A marca oferece informações que contribuem para o trabalho jornalístico, caracterizado pela imparcialidade e neutralidade.  

É importante ressaltar que os grandes jornais frequentemente direcionam suas reportagens com base em informações fornecidas por assessorias de imprensa, frequentemente apresentadas na forma de "sugestões de pauta" ou "press releases". Elas desempenham um papel crucial na construção da agenda jornalística, desde que abordem temas de interesse público e sejam significativas para os espectadores do veículo.

Mídia espontânea e credibilidade 

O portal americano O’Dwyer’s, especializado em relações públicas, esclarece que,  para uma marca, receber a menção espontânea de um jornalista significa conquistar o endosso de um terceiro. “Essa é a medalha de ouro em relações públicas. Vale mais do que criar uma propaganda, que é totalmente parcial”, afirma o site. O respaldo de um profissional da mídia confere uma credibilidade única, uma vez que é percebido como um testemunho independente e imparcial sobre a qualidade e relevância da marca.

Isso não significa que a propaganda tenha papel menos ou mais importante dentro de uma estratégia de comunicação – são apenas finalidades diferentes, mas que se complementam. Porém, a busca dos consumidores por conteúdo qualificado está cada vez maior. Prova disso é a ascensão do branded content (conteúdo de marca, em tradução literal), uma estratégia de mídia paga que considera o conteúdo de caráter informativo para persuadir o consumidor. Algo parecido com o antigo publieditorial, ou informe publicitário, mas com uma proposta de gerar valor e criar uma conexão maior com o público-alvo.

Outra palavra-chave na temática da mídia espontânea, que se relaciona com a credibilidade, é a autoridade. O espectador confia naquilo que é verificado e confirmado por especialistas em apuração das informações — os jornalistas. Afinal, o assessor de imprensa pode fazer o intermédio, mas ainda é o veículo de comunicação que decide se publicará ou não. 

Conclusão

A mídia espontânea traz inúmeras vantagens para as marcas. Custos menores, ampliação do público, maior atenção das pessoas, autoridade e credibilidade são algumas delas. Investir nessa modalidade é uma opção adequada para aquelas empresas que pretendem alcançar um público maior de forma orgânica, natural e de acordo com seus princípios.

A ascensão das mídias digitais conferiu ainda mais importância à mídia espontânea, transformando significativamente o mundo da comunicação. A disseminação de conteúdo por meio de veículos de comunicação online, blogs, transmissões ao vivo (lives) e podcasts resulta em uma repercussão ampla e instantânea em suas páginas nas redes sociais. 

Além disso, isso trouxe à tona uma nova dimensão da mídia espontânea, que é o estreitamento de laços com os chamados influenciadores digitais, como tiktokers, instagrammers e youtubers. Ao compartilhar experiências autênticas e opiniões genuínas, eles exercem um impacto significativo na formação de opinião e nas decisões de compra do público, contribuindo assim para a disseminação espontânea da mensagem da marca.

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foto do convidado

MiraTalks: Fabrício Garcia, da Qstione, fala sobre sistemas de avaliações

O professor explica como examinar os alunos e as instituições de forma eficaz e comenta sobre os atuais métodos avaliativos

Existe uma discussão no setor educacional acerca da efetividade dos sistemas de avaliações tradicionais. O método de testar os estudantes e somente atribuir notas, apesar de ajudar a entender a qualidade do processo de aprendizagem, nem sempre é suficiente para uma avaliação integral, que permita ao aluno avançar. Fabrício Garcia, professor e sócio-fundador da plataforma Qstione, falou sobre o assunto no quinto episódio do MiraTalks.

O podcast é realizado pela Mira Comunicação em parceria com a Carijó Filmes. Os episódios são lançados toda primeira segunda-feira do mês e abordam temas relacionados à comunicação, empreendedorismo, inovação e educação, com convidados especializados na área.

Feedback e apoio aos estudantes

Um dos principais problemas com o sistema de avaliação tradicional é a limitação dos professores em fornecer feedbacks e ajuda aos discentes. Como docente, Fabrício sentia dificuldade em oferecer uma resposta mais técnica e completa quando o aluno tinha um resultado negativo.

“A minha resposta comum era a que todo professor dá: ‘dedique-se mais, estude mais’”, comenta. “Só que eu fui percebendo que quando você tem um resultado negativo e o professor lhe dá uma resposta genérica como essa, isso pode ser até um fator que desestimula o estudante a seguir. Como é que você fala ‘estude mais’? Será que o cara já não estudou muito? Será que ele não passou o dia trabalhando e perdeu a noite estudando para tentar ter um bom desempenho na avaliação?”, questiona.

O artigo “Useful Feedback, More Than Praise, Helps Students Flourish”, publicado na revista Scientific American afirma que um feedback mais detalhado e personalizado é muito mais útil e eficiente do que somente um encorajamento. “Receber apenas elogios pode ser enfraquecedor porque limita o potencial de aprendizagem e crescimento”, afirma a autora Camilla Mutoni. Por outro lado, apenas criticar o trabalho do estudante sem oferecer orientações para que ele possa melhorar também não é eficaz. Os professores devem orientar os alunos sem esquecer de apontar seus erros quando necessário.

Avaliações internas e externas

Outro assunto abordado foi o diferente papel das avaliações internas, como as provas periódicas feitas pelos próprios educadores da instituição, e as externas, como o Enem e o Enade. Fabrício acredita que as primeiras são as mais importantes, porque podem ser funcionais para entender o desempenho de cada aluno, docente, turma ou curso. “Elas identificam gargalos internos que as avaliações externas não são capazes de revelar”, comenta o professor.

Afinal, exames como o Enade apresentam um resultado com base em certos critérios, mas não indicam exatamente como é possível melhorar o problema. “É como você receber o diagnóstico de uma doença, perguntar ao médico qual é o remédio e ele dizer ‘não sei’. Aí você vai fazer o quê?”, ilustra Fabrício. “Eu costumo dizer que as avaliações externas servem como auditoria pedagógica. Elas dão uma visão bem ampla de onde pode estar o problema, mas são as pequenas avaliações realizadas internamente que vão identificar mais precisamente isso”, finaliza.

Porém, os exames não resolvem tudo. Sem uma construção curricular adequada e uma boa cobertura desse currículo, não é possível avaliar corretamente os alunos. Segundo o educador, um currículo escolar é um conjunto de descritores que informam o que deve ser ensinado e em qual ordem, visando nortear o processo de aprendizado. “Se você não tem isso bem estruturado, eu vou avaliar o quê?”, diz ele.

A tecnologia na educação

Fabrício também comentou sobre a correta utilização dos recursos tecnológicos no ambiente escolar. A própria Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sugere cautela com o uso de tecnologia nas escolas. O órgão afirma que deve haver mais atenção aos resultados do aprendizado do que aos artifícios utilizados. Nem todo aparelho digital traz benefícios para a instituição de ensino e, se não houver os devidos cuidados, essas ferramentas podem até mesmo prejudicar o desempenho estudantil.

De acordo com o professor, muitas empresas de tecnologia se preocupam mais com a apresentação grandiosa do produto do que com sua base pedagógica. “Muita gente está entrando no setor de tecnologia educacional sem estudar a educação. A tecnologia é um meio, não o fim”, afirma. Assim, é preciso ter cuidado com as “modinhas” tecnológicas, como o metaverso ou os óculos de realidade virtual, e pensar qual será o resultado prático disso.

“Você não pode inventar coisas que fogem muito da lógica do professor”, continua Garcia. “Se você cria uma ferramenta radical que muda tudo, vai ser difícil para aquele profissional se adaptar”. Afinal, o setor educacional costuma ser muito resistente a mudanças. As transformações precisam acontecer, mas em um ritmo que acompanhe o processo de adaptação e não descarte o que está funcionando.

Gostou desse assunto? Confira o texto do último episódio do Mira Talks para conhecer mais sobre outros temas abordados no podcast.


Os principais eventos de educação em 2024

Confira nove encontros educativos que acontecerão ao longo do ano

Os eventos educacionais são oportunidades para aprimorar os conhecimentos sobre a área, investir em capacitação, além de incentivar a troca de experiências em busca de soluções inovadoras. Os encontros aproximam educadores e gestores de todo o Brasil e permitem o contato com novas informações, tecnologias e tendências relacionadas à educação.

Para aqueles que atuam na área e querem que o próximo ano seja de crescimento e aprendizagem, anote as datas e marque presença nos principais eventos de educação em 2024:

Conferência Nacional de Educação – CONAE

Promovida pelo Ministério da Educação (MEC), a CONAE terá como tema o “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”. O objetivo é formular problemas, causas, objetivos, diretrizes, metas e estratégias para construção do PNE 2024-2034.

Data: 28 a 30 de janeiro

Local: Brasília/DF

Site: CONAE 2024 — Ministério da Educação 

GEduc

O principal congresso de gestão educacional do Brasil é promovido pela HUMUS, empresa de capacitação para gestores de universidades e escolas e promotora de soluções em consultoria e seleção de profissionais. A edição de 2024 terá como tema “Educação por essência: construindo trajetórias” e a Mira será responsável pela assessoria de imprensa do evento.

Data: 3 a 5 de abril

Local: Centro de Convenções Rebouças - Av. Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo/SP

Site: https://www.geduc2024.com.br/

Bett Brasil

A feira, considerada a maior comunidade de tecnologia educacional da América Latina,   reúne instituições de ensino, provedores de soluções, governos, edtechs e organizações do terceiro setor, de forma a promover conexões e diálogo entre as áreas. Além do Brasil, o evento ocorre na Europa e na Ásia.

Data: 23 a 26 de abril

Local: Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo/SP

Site: https://brasil.bettshow.com/

ExpoEduc

A ideia surgiu em 2017 com o objetivo de levantar assuntos de relevância no contexto socioeducacional. Hoje, é um espaço de oportunidades, interação e networking, sendo o maior congresso educacional da região Norte-Nordeste.

Data: 25 a 27 de julho

Local: Centro de Convenções de Natal - Via Costeira Sen. Dinarte Medeiros Mariz - Ponta Negra, Natal/RN

Site: https://www.expoeduc.com.br/

19º Crescer

Todo ano, o Grupo Rabbit anuncia um programa exclusivo para líderes (mantenedores, diretores, coordenadores, supervisores e gestores) de escolas regulares e particulares. O objetivo é trazer reflexões, análises e inovações que contribuam para o aperfeiçoamento das instituições de ensino.

Data: Ainda não anunciada

Local: Ainda não anunciado

Site: https://www.rabbitmkt.com.br/crescer/

Encontro de Educadores da FourC

O evento é uma oportunidade de professores e coordenadores visitarem a FourC Bilingual Academy, uma escola planejada com a estrutura arquitetônica apropriada para a aprendizagem, o desenvolvimento e a criação. O encontro promove a troca de experiências com os gestores da escola e o conhecimento da prática, da metodologia aplicada e dos resultados obtidos por ela.

Data: Ainda não anunciada

Local: Ainda não anunciado

Site: https://www.fourclearning.com.br/encontro-educadores

Educa Week

Considerado o maior evento do Brasil dedicado à transformação da educação, a Educa Week reúne líderes educacionais, empresariais e políticos com o propósito de buscar soluções inovadoras para os desafios educacionais. Professores, estudantes e pais também podem se conectar para se atualizar das constantes mudanças na educação.

Data: Ainda não anunciada

Local: Ainda não anunciado

Site: https://educaweek.com.br/

ExpoANEC

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil tem como finalidade atuar a favor de um ensino que promova a formação integral da pessoa humana. A ExpoANEC se propõe a unir as instituições privadas de educação, principalmente as católicas, às empresas que oferecem soluções, produtos e serviços para o mercado educacional.

Data: Ainda não anunciada

Local: Ainda não anunciado

Site: https://congresso.anec.org.br/a-expoanec/

Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular – CBESP

Trata-se de um evento realizado pela Linha Direta e promovido pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular. Ele reúne reitores, mantenedores, autoridades, educadores e formuladores de políticas públicas para educação de todo o Brasil, em busca de propiciar aos participantes a troca de experiências.

Data: Ainda não anunciada

Local: Ainda não anunciado

Site: https://cbesp.com.br/

* Todas as informações não confirmadas serão atualizadas conforme a divulgação dos organizadores.


foto de uma pessoa mexendo no computador

Identidade visual: conheça a importância para sua marca

Entenda o que esse conceito significa e como explorá-lo da melhor forma

A identidade visual é um composto de elementos gráficos e visuais que constroem a atmosfera e a personalidade da empresa para os consumidores. Ter uma identidade bem definida ajuda a construir autoridade da marca e estabelece uma conexão com o público, tornando-se relevante para ele.

É a partir destes elementos que a marca será lembrada, e são deles que partem os comentários e o engajamento gerado. Para que uma empresa seja reconhecida nos momentos de compra de produto e de tomadas de decisão, é preciso destacar suas melhores qualidades e garantir que ficarão na memória coletiva dos consumidores, transmitindo o objetivo e visão da marca.

Quer um exemplo prático? A empresa Google, mesmo mudando a tipografia do logo pelos anos, continua reconhecível por suas cores e seu “G” marcante. Sua identidade é colorida e versátil, estando presente e reconhecível em todos os produtos da marca e passando a imagem de inovação e criatividade.

Outro exemplo é a Coca-Cola, mundialmente conhecida pelo vermelho e branco e a tipografia curva específica do logo. Isso se combina com seus elementos gráficos de branding, como o formato das garrafas e mesmo a cor da bebida, trazendo uma fidelidade à marca porque pode ser reconhecida de longe, em qualquer loja ou supermercado.

Identidade Visual x Branding: qual a diferença

foto de um caderno escrito "identidade visual"

Agora que você já sabe o que é uma identidade visual, é preciso explicar o que é branding, e porque são dois conceitos diferentes. Branding engloba toda a estratégia de gestão de marca, envolvendo todas as ações feitas em prol do posicionamento da empresa, visando construir uma imagem positiva. Esse conceito também leva em conta efeitos visuais, além de sons e cheiros que evocam a lembrança da marca.

Uma empresa com boa identidade visual certamente será mais lembrada pelos consumidores, mas é o branding que garante seu posicionamento no mercado. A identidade visual faz parte do branding, como todas as ações planejadas de uma empresa, e engloba o nome da marca, logo, tipografia, slogan e paleta de cores.

Ambas as ferramentas compõem a estratégia de comunicação visual e posicionamento de uma marca, fazendo com que ela seja vista e se relacione com o público-alvo. Além disso, esses elementos geram credibilidade para a marca, melhoram a experiência dos consumidores e os fidelizam, aumentando a probabilidade de marketing de recomendação.

Veja também: O que é marketing de conteúdo e como definir uma boa estratégia

O que é uma boa identidade visual?

Para criar uma boa identidade visual, é importante entender primeiro quem é o público que se deseja atingir, e definir a persona desse potencial comprador: faixa etária, localização, escolaridade, gênero, etc. Com as inspirações e os significados, a persona integra a ideia de conceito do projeto, e é isso que dita todas as futuras decisões de como será produzida a identidade visual da marca.

Essa ferramenta é constituída de uma tipografia que a diferencie de outras, aplicando estilos, formatos e efeitos visuais ao nome e slogan da marca. Além da fonte, também é preciso pensar nas cores, e nas sensações que elas geram. Cores possuem significados, e conforme o perfil da sua persona e seu modelo de negócios, podem passar mensagens diferentes.

Além disso, as formas associadas à marca também devem ser escolhidas com atenção. A identidade visual depende das emoções passadas por essas formas. Ícones representando valores e promessas da marca também trabalham em conjunto com o logo e as formas, assim como a fotografia, presente em anúncios, propagandas e nos indispensáveis perfis nas redes sociais. Isso cria um adendo importante: com as redes sociais sendo quase necessárias para a existência de uma marca, as fotos e vídeos do feed precisam estar em consenso e organização, fazendo sentido para consumidores antigos e novos. Essas ações possibilitam uma boa experiência de marca, fidelizando e potencializando clientes e criando ainda mais visibilidade. A identidade visual precisa estar presente e ser reconhecível em meio ao feed infinito das redes.

Todos esses elementos reunidos formam o logotipo, que expressa o conceito da marca e precisa ser bem-planejado para passar os valores e missão da empresa. Junto ao logo, essa identidade será aplicada no site da empresa, em produtos físicos dela, nas redes sociais, em vídeos e fotos, cartões de visita, assinatura de e-mails e mesmo nas apresentações de PowerPoint da empresa.

É indicado que a criação de uma identidade visual seja feita logo no início, como parte do conceito de branding, e deve ser trabalhada ao longo da evolução da marca. Atualizações são bem-vindas caso o conceito, missão, visão e valores da empresa mudem ou sofram alterações, ou mesmo em caso de um rebranding total. Uma nova identidade visual é essencial para ser compatível com os novos objetivos e a nova cara da marca. Isso também pode ocorrer quando a empresa passa por uma fusão ou aquisição, ou quando passa por alteração de produtos - quando é comum reavaliar as mensagens que a marca deseja passar.

Com isso, quando uma empresa existe há muito tempo, e o branding e a identidade visual não correspondem às tendências atuais do design e estão com cara de datados, pode ser o momento de investir em uma revitalização da identidade visual.

Também é possível realizar pequenas mudanças na identidade visual ao longo do tempo, sem ser algo radical. Mudanças sutis na tipografia, nas formas, e mesmo na tonalidade das cores, sem perder de vista o conceito, são bem-vindas quando a marca deseja se atualizar dentro do mercado.

Identidade visual: em resumo

foto de desenhos

Conforme abordado durante o texto, a identidade visual de uma empresa é como ela se mostra para os outros, como será vista externamente. Toda essa área é pensada para ser condizente com os produtos e com a mensagem que deseja passar para o público. Além disso, a identidade visual mostra os produtos e a marca em si de modo que as pessoas desejem consumir aquilo que está sendo mostrado a elas.

Por ser um produto do branding, ou seja, da estratégia de gestão de marca, deve ser trabalhado desde o início, incluindo formas, cores, slogans e tipografia, logos e todos os outros componentes visuais que façam parte da marca. São esses componentes que tornarão a marca reconhecida - e reconhecível entre as outras - e passarão a visão e personalidade daquela empresa e de seus produtos com apenas um olhar dos consumidores. Mas, por mais que este texto tenha destrinchado os tópicos da identidade visual para uma compreensão mais fácil desse conceito, ainda não é algo fácil de ser produzido, especialmente sem expertise do assunto e de tudo que ele engloba. Afinal, é uma parte muito importante da formação de conceito da marca, e é recomendado que seja criada com a ajuda de profissionais.

Por isso, a Mira Comunicação, uma agência com quase dez anos de mercado que desenvolveu expertises nas áreas de educação, saúde, finanças, negócios, tecnologia e sustentabilidade, apoia as organizações em todo o processo de comunicação: do branding à identidade visual, plano estratégico de PR até assessoria de imprensa e gestão de mídias digitais. Com uma equipe  formada por jornalistas, publicitários, relações-públicas e designers, todas essas áreas são feitas por profissionais que podem guiar sua empresa, combinando conhecimentos e habilidades para estabelecer conexões reais e duradouras com seu público.

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Inteligência Artificial Generativa e gestão Escolar: o desafio da inovação

Esther Carvalho, diretora do Colégio Rio Branco, participa do quarto episódio do MiraTalks e discute o uso de inovações, como a inteligência artificial generativa na educação.

 

Você já ouviu falar de Inteligência Artificial Generativa? Claro que a IA já é um assunto discutido amplamente, cada vez mais presente no mercado de trabalho, mas o termo generativo é relativamente novo. Ele indica que uma tecnologia é capaz de aprender padrões complexos de comportamento a partir de uma base.

Pode ser que você nunca tenha escutado esse nome, mas provavelmente conhece o ChatGPT, um dos exemplos mais famosos de IA Generativa, que consegue “aprender” conforme recebe treinamento e dados disponíveis na internet.

Mas como utilizar essa Inteligência Artificial no campo da educação? É possível e viável, e como isso ocorre? Para explicar e aprofundar o debate no assunto, o quarto episódio do MiraTalks trouxe Esther Carvalho, diretora do Colégio Rio Branco, para discutir este e outros tópicos dentro do tema “inovação na educação”.

IA Generativa no ambiente escolar

foto de um robô dando a mão com um humano
Imagem: Freepik

Esther Carvalho acredita que é, sim, possível unir essa tecnologia na educação, mas que também é importante entender como a escola pode se configurar para trabalhar metodologias adequadas e relevantes aos alunos. “A grande questão é a criação de pessoas críticas e autônomas para viver nesse mundo complexo permeado pela inteligência artificial generativa”. Ela também explica que essa tecnologia não é algo novo, e que é muito utilizada, às vezes sem nem sequer nos darmos conta. Por isso mesmo, cabe um aprofundamento nesse assunto antes de ser implementado em escolas e instituições.

Para que a IA generativa seja inserida no ambiente escolar de modo saudável, Esther afirma que é preciso considerar que o jovem irá fazer uso dela independente do que a escola diga, porque as pessoas já estão usando a tecnologia. Logo, é preciso tornar isso um objeto relevante e de aprendizado dentro da sala de aula, trabalhando com os jovens para que façam boas escolhas tendo essa inovação em mãos. Mas como fazer isso?

Em primeiro lugar, é necessário separar o conteúdo de qualidade e trazer à tona a importância da curadoria dos conhecimentos. A diretora do Rio Branco conta que pediu aos coordenadores que explorassem os limites e o que era possível fazer com a IA generativa, e algo que lhe chamou atenção foi: o coordenador de Língua Portuguesa disse que as poesias de Carlos Drummond de Andrade que o ChatGPT citava como fonte simplesmente não existiam. Eram bem construídas e pareciam ser de sua autoria, mas eram falsas. Por isso, a checagem     de informações se faz tão necessária. “Hoje, a gente consegue fazer uma curadoria desse conhecimento, mas e daqui há cinco, dez anos? O que vai ser desse conhecimento, como saber o que é verídico, o que é real?”

Isso porque a Inteligência Artificial Generativa gera, como o próprio nome diz, conteúdos de uma forma não humana, baseada em informações diversas, inclusive cujas fontes não se tem acesso. Isso muda a forma como os alunos buscam por informações e por conhecimento, porque a escola já não é a única fonte desses elementos. É um tema complexo e Esther afirma que ainda é necessário muito estudo sobre o assunto.

A dificuldade de inovar na educação

A diretora do Colégio Rio Branco explica que os pais têm um “pé atrás” em relação à inovação nas escolas, como se os filhos fossem cobaias de experimentos dentro do ambiente escolar. Por isso, quando a escola decide inovar, é importante que ela informe seus caminhos aos pais e esteja disposta a compartilhar e se abrir ao retorno, aos medos e anseios das famílias. Todos os novos processos em uma escola movem os alunos, professores, família e gestores.

Há um ponto de equilíbrio entre a inovação dentro da escola e a tradição, especialmente de escolas que já estão no mercado há bastante tempo e que já possuem uma identidade consolidada, um legado a seguir. Uma instituição que já possui esse tipo de história deve levá-la em consideração, mas também precisa considerar os problemas dessa responsabilidade. “São desafios diferentes, inovar a partir de um processo que começa do zero ou em uma escola que sempre foi bem sucedida ao longo da história, especialmente com uma educação tradicional”.

O trabalho de inovação de uma instituição de ensino deve ser feito a partir do que ela já é, sendo pensado a partir da realidade de pessoas que já estão convivendo nela, ou seja, dos funcionários que estão ali há um tempo e possuem uma metodologia específica, e dos alunos que já conhecem a escola e como funciona os estudos e avaliações de lá. Para tomar decisões adequadas e fazer as transformações desejadas, não adianta imaginar uma escola diferente daquilo que já existe. “Imaginar o que você quer ser, fundamentar o que você quer ser, e construir um processo que não é linear são processos bastante complexos.”

Como trabalhar inclusão nas escolas

A inclusão foi a ferramenta escolhida, dentre as muitas existentes, pelo Colégio Rio Branco para gerar impacto na sociedade. No Colégio, existe o Centro de Educação para Surdos Rio Branco, referência em educação bilíngue Libras - Português, no qual as crianças, a partir do sexto ano, são incluídas em salas de alunos ouvintes, tendo a presença de intérpretes de Libras.

Por isso, Esther Carvalho afirma que a diversidade é uma matriz, um valor a ser seguido. Isso muda, inclusive, como os educadores entendem a performance dos alunos. “Performance, para nós, é termos a condição de que cada criança, na sua especificidade, atinja o seu melhor. Não apenas os melhores resultados dos vestibulares, os melhores resultados nas Olimpíadas, que são importantes. Mas não abrimos mão das especificidades das crianças, porque todos nós precisamos aprender a viver em um mundo de diversidade”. O respeito, para ela, é um elemento fundamental, e a vivência das crianças de realidades diversas faz uma enorme diferença.

A diversidade é benéfica a todos, entre ambos os lados dessas relações criadas. Existe um aprofundamento dentro do colégio, ainda em andamento, voltado para a questão étnico-racial, para quebrar os preconceitos estruturais que a sociedade tem. Esther afirma que é preciso se aprofundar nesses pontos, envolver famílias, criar reflexões dentro da escola, e deixar o tema vivo dentro da escola.

Encontros com a direção

Quando se fala de envolver a família na educação, o Colégio Rio Branco possui uma iniciativa chamada “encontros com a direção”, nos quais a proposta é de providenciar encontros entre pais de alunos e gestores da escola para discutir educação sem a pretensão de estar certo. Com a regra de não serem tratados assuntos pessoais, as reuniões abordam tópicos como a cultura da vaidade, drogas, educação sexual e competências socioemocionais.

Esther Carvalho acredita que a escola tende a dizer o que os pais devem ou não fazer, enquanto a família também quer ditar as regras da instituição - mas, na verdade, mesclar os responsáveis e a educação é algo muito mais complexo. “A comunicação é fundamental, porque ela precisa partir do princípio de que vamos percorrer juntos a trajetória de formação das crianças. Mas é importante saber que a gente não vai concordar sempre e que existem decisões que nem sempre vão agradar. Mas a gente está do mesmo lado.”

Gostou desse conteúdo? Então, leia o texto sobre o terceiro episódio, que falou sobre a tecnologia no futuro do sistema educacional.


Gerenciamento de crises no ambiente escolar

Diego Ramalho e Juliana Miranda, diretores executivos da Mira Comunicação, em parceria com o Sejuntacast, discutem como gerenciar as crises em escolas

Uma crise de reputação pode ser definida como qualquer acontecimento ou evento que possa ter um impacto negativo na imagem ou reputação de uma marca. Um dos episódios do Sejuntacast, o podcast da consultoria em tecnologia educativa Sejunta, trata justamente sobre o gerenciamento de crises no ambiente escolar. Os diretores da Mira Comunicação, Diego Ramalho e Juliana Miranda, se unem aos hosts Guilherme Camargo, Fundador da Sejunta, e Yuri Ribeiro, Coordenador de Educação, para discutir o tema.

Durante o podcast, Juliana e Diego falam sobre como a tecnologia aumenta os riscos para a reputação das instituições, mas eles já existiam antes. Eles argumentam que a tecnologia pode ser responsável pelos conteúdos se tornarem “virais” mais rapidamente, mas também pode ser uma aliada no gerenciamento de possíveis crises. Além disso, o episódio também explica quais são os protocolos que devem ser planejados para possíveis crises, e como funciona o pré, durante e pós de uma crise de imagem e reputação.

Como abrir o diálogo por meio da internet

Problemas que sempre existiram no ambiente escolar, e que geralmente eram levados por uma criança diretamente aos pais e, então, discutidos entre os responsáveis e os diretores ou coordenadores do colégio, hoje podem ir parar diretamente em grupos de WhatsApp ou em redes sociais e tomarem uma proporção muito maior do que o esperado. Por isso, Juliana indica que os gestores de escolas e instituições de ensino se apoiem sempre em respostas factíveis e mantenham o diálogo aberto entre pais, alunos e funcionários. Uma escola que preza pelo diálogo entre as partes possui mais facilidade em se posicionar diante de crises, pois é fato que elas virão

Diego também afirma que um dos primeiros pontos que são propícios a crises e vazamento de informações para redes sociais ou imprensa são os grupos de WhatsApp dos pais de alunos. Por estar intrinsecamente relacionado com tecnologia e internet, é uma realidade com a qual as escolas ainda estão aprendendo a trabalhar, e que se fez ainda mais presente depois da pandemia. 

Algumas escolas, segundo Juliana, lidam com a comunicação em redes sociais de maneira rudimentar, sentindo a necessidade de responder a todos os comentários, e especialmente a ataques, criando assim um ambiente desnecessário que inflama ainda mais os pais e suas reações. Mas as redes não são as grandes vilãs da história e, quando usadas de maneira inteligente, podem ser ótimos termômetros da satisfação dos envolvidos na educação das crianças, e um lugar onde são criadas boas relações entre funcionários, gestão e pais. São estas boas relações que evitam crises futuras, pois deixam aberto o diálogo e envolvem as famílias e comunidades nas ações e projetos da escola.

Como funciona o gerenciamento de crise

Os diretores executivos da Mira Comunicação dividem os protocolos do gerenciamento de crise em pré, durante e pós. Embora Juliana afirme que a maior parte das empresas que os procuram justamente para esse trabalho cheguem quando a crise já está ocorrendo, ela fala sobre a necessidade de estabelecer ações previamente, pensando nos problemas que virão no futuro. 

A começar com a criação de um comitê de crise, um grupo de pessoas que trabalhará em conjunto no caso de um problema de imagem da escola. Essas pessoas devem saber que fazem parte desse comitê, e que serão acionadas quando necessário para esse trabalho. Juliana explica que esse grupo deve incluir alguém da comunicação ou assessoria da instituição, pessoas da área pedagógica e financeira, entre outros membros das diversas áreas de uma escola que possuam uma boa visão estratégica para poderem solucionar o problema. 

Além disso, é necessário elaborar um mapeamento dos riscos, tanto os gerais, esperados de qualquer escola, como os específicos daquele ambiente. Esses riscos podem ser estruturais, como uma quadra com um piso quebrado que pode vir a machucar um aluno, administrativos, pedagógicos, entre outros. O mapeamento deve levar em conta o contexto sociocultural dos alunos e dos funcionários para determinar as fortalezas e fraquezas daquele sistema. Isso garantirá mais agilidade no gerenciamento de crises, trazendo respostas mais rápidas e coerentes e tornando possível mensurar o impacto e o potencial desses futuros problemas. 

Quando a crise já está ocorrendo, Diego reforça que o importante é manter a calma e focar nos planejamentos e mapeamentos que já foram feitos, para que as ações possam ser imediatas. É preciso decidir quais áreas da escola são englobadas no problema, quem será preciso acionar e quais os heads de cada área que serão chamados para ajudar. No podcast, é feita a pergunta: e quando não se sabe como agir. Como um exemplo, é citada a pandemia de covid-19, na qual nem o governo, nem a ONU tinham respostas para o futuro, mas os pais precisavam de providências e respostas da escola. Diego e Juliana explicam que, ao envolver os pais nas questões, especialmente para as quais ainda estão sendo avaliadas medidas e decisões, a escola precisa ser uma mediadora do conflito, acalmando pais e responsáveis.

Após a crise já ter ocorrido e sido resolvida, cabe à escola reforçar as questões que levaram ao problema em primeiro lugar. As ações futuras da instituição precisam trabalhar questões socioemocionais com os alunos, devem ser parte do dia a dia e precisam envolver todos, não apenas uma única grande ação que evidencie ainda mais o problema. As escolas que já dão atenção ao emocional dos alunos e promovem ações durante o ano inteiro sobre os problemas mapeados previamente se saem melhor no pós-crise. 

Os diretores executivos da Mira Comunicação utilizam o exemplo do bullying: se a escola não aprendeu a lidar com essa questão, seja pessoalmente ou cyberbullying, isso com certeza vai se tornar uma crise no futuro. Agora, se a escola já possui ciência do problema, não é necessário esperar que ele aumente e se torne público para tomar ações que já podem ser feitas imediatamente. Juliana conclui que existem diversas organizações e entidades sociais que fazem parcerias com escolas, sugerem ações para problemas sociais e socioemocionais, e que entendem melhor dos assuntos da comunidade, justamente para não colocar toda a carga e responsabilidade sobre os gestores. 

Para entender mais sobre o assunto, confira o bate-papo completo: 

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foto de um garoto segurando uma bola

Racismo no esporte: por que o preconceito ainda é tolerado em diferentes práticas esportivas?

Live do Instituto DACOR promoveu conversa sobre racismo no esporte entre quatro especialistas com experiência no tema

De acordo com uma pesquisa realizada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em parceria com o Observatório de Discriminação Racial do Futebol e a Nike, 41,8% dos profissionais negros do futebol já sofreram racismo. Dentre os insultos, a maioria ocorreu nos estádios (53,9%) e nas redes sociais (31,4%).

O problema da violência racial em ambientes esportivos demanda políticas públicas de combate ao racismo em suas raízes sistêmicas. Porém, os debates atuais reduzem a questão às formas mais visíveis das discriminações, tratando dos sintomas em vez de curar a doença. Infelizmente, preconceito e racismo são naturalizados no meio esportivo.

Pensando nisso, o Instituto DACOR publicou uma live sobre o tema “Racismo e esporte no Brasil: a (hiper)tolerância do esporte ao racismo e seus porquês”. O episódio foi o 17º dos chamados “cursos de bolso” promovidos pela organização, que buscam refletir a respeito do recorte racial de assuntos da atualidade. A conversa foi apresentada por Alexandre Dantas, fundador do Instituto, e Helton Souto, presidente do DACOR.

Os convidados foram quatro ativistas negros com anos de estudo e experiência no tema. São eles:

  • Neilton Ferreira Junior, Doutor em Ciências pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo.
  • Soraia André, ex-judoca olímpica brasileira que ganhou medalhas nos Jogos Panamericanos e no Campeonato Panamericano de Judô.
  • Mário Aranha, ex-goleiro de diversos times brasileiros e escritor dos livros “Brasil Tumbeiro” e “Patrocínio”.
  • Marcelo Carvalho, diretor-executivo do Observatório de Discriminação Racial do Futebol.

Confira alguns temas abordados na live:

Razões que fazem do esporte um fenômeno hipertolerante ao preconceito e racismo

foto de garotos jogando bolaO doutor Neilton inicia falando das suas visões sobre o Esporte de uma maneira sistêmica, em vez de uma modalidade específica. Ele afirma que o racismo nas atividades esportivas vem de dentro do próprio ambiente do grupo, e não de sujeitos externos que invadem essa sociedade com o preconceito. Além disso, o esporte facilita a discriminação ao apresentar elementos que promovem altas expectativas e ideais, contribuindo para as categorizações de raça e classe.

Experiências de uma ex-judoca olímpica brasileira

Soraia André conta que começou a praticar o judô em uma época em que esse esporte ainda era proibido para mulheres no Brasil. No processo, ela enfrentou insultos racistas por parte das colegas, o que a fez tomar algumas ações de “embranquecimento” para tentar pertencer àquele espaço, como o alisamento do cabelo. A esportista também comenta a herança da escravização da população negra, que causa uma desumanização e objetificação dos corpos dessas pessoas ainda hoje, especialmente das mulheres negras.

As diferentes manifestações do preconceito racial

O ex-goleiro Mário Aranha aponta as diferenças de manifestação do preconceito e racismo entre a atividade esportiva amadora e profissional. No esporte amador, o preconceito aparece em sua forma mais pura, de segregação e elitização do futebol profissional, que impede a entrada de determinados grupos sociais. Já no esporte profissional, a discriminação é mais “estratégica”, porque acontece de forma escondida para não perder sua imagem e audiência.

Perspectivas de ascensão social para pessoas negras

Marcelo Carvalho discorre sobre as poucas oportunidades oferecidas às pessoas negras, que muitas vezes escolhem a carreira esportiva por acreditarem ser a única forma de ascensão em uma sociedade racista. Porém, apenas 0,1% dos atletas de futebol ganham salários altos. Além disso, mesmo os mais famosos não têm a instrução financeira o suficiente para cuidar do dinheiro que recebem, e acabam perdendo todos os seus ganhos ao final da vida.

Quer entender mais sobre o tema? Assista a conversa na íntegra: 

Sobre o Instituto DACOR

A Mira Comunicação é uma parceira do Instituto DACOR. Criado em 2020, é uma organização não-governamental que nasceu da vontade de ser um propulsor de ações para combater o racismo no país. Atua por meio da reunião, integração e disseminação de dados e conhecimentos em projetos para fomentar políticas públicas e privadas por equidade racial.